Videogames A História

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EU RECOMENDO !!
A História dos Videogames
Quem não se lembra do Nintendinho de 8 bits, nunca teve um Atari 2600 ou cobiçou os fantásticos jogos do computador MSX? Pois é, estas foram lembranças inesquecíveis de anos dourados que marcaram a vida de muitos marmanjos de hoje, e só povoam a imaginação dos mais jovens.




Em um mundo onde os consoles são o estado da arte da tecnologia do entretenimento digital, e movimentam uma indústria de bilhões de dólares, as pessoas se perguntam quando, como e por que tudo isso começou. E esse é exatamente o foco desta reportagem especial de Outer Space, que tentará mostrar um pouco desta indústria que hoje diverte milhões de pessoas, e traz felicidade a muitos lares em todo planeta, se tornando a cada dia que passa, uma linguagem universal.



No decorrer dos próximos meses, acompanhe-nos em uma viagem de magia, curiosidades, nostalgia e muitas trapalhadas, enquanto dissecamos por ordem cronológica, a história dos videogames. Colocaremos 3 partes desta extensa matéria todas as segundas-feiras de cada semana, até totalizar os seus 40 capítulos!
E começaremos nosso túnel do tempo na década de 50, onde um homem iria inventar o conceito que mudaria nossas vidas para sempre... 
1958 - O ESQUECIDO



Depois de muitas contradições, há consenso hoje entre os historiadores que o primeiro jogo conhecido foi criado pelo físico Willy Higinbotham, para atrair visitantes ao Brookhaven National Laboratories, no estado de Nova Iorque. Naquela época, em plena Guerra Fria, era praxe haver um dia para a população visitar as instalações do laboratório, e ver todo o poderio nuclear do Tio Sam. Willy, preocupado em não deixar ninguém bocejando em sua visita ao complexo, criou em suas horas vagas um jogo de tênis bastante simples, que era mostrado em um osciloscópio e processado por um computador analógico. Foi um sucesso, e durante meses, era a atração mais cobiçada pelo público, que não estava nem um pouco interessado em saber sobre megatons e fissura de átomos. 
Mais tarde, o cientista aperfeiçoou seu jogo,



que recebeu o sugestivo nome de "Tennis Programming", adaptando-o para ser mostrado em um monitor de 15 polegadas. Mas infelizmente, o projeto, conhecido também como "Tennis for Two", jamais foi patenteado, pois Willy não tinha vislumbrado seu potencial e acreditara na época que não tinha inventado nada demais. Mais tarde, o físico declarou em diversas entrevistas que seria possível comercializar o jogo em versão doméstica, adaptado à TV, se o tivesse vendido a alguma grande empresa.



O fato é que o "verdadeiro" pai dos videogames morreu em 10 de Novembro de 1995, sem ter ganhado um centavo sequer por seu invento pioneiro, fonte de inspiração para diversos designers como Steve Russell e Nolan Bushnell. Willy Higinbotham, assim como seus colegas do projeto Manhattan (do qual participou ativamente), infelizmente ficará nas lembranças de todos por ter contribuído para a invenção da aterrorizante bomba atômica, e não do primeiro videogame. Uma lástima.




Da esquerda para a direita: 1) Um modelo de osciloscópio, utilizado por Willy em seus testes. 2) A máquina que
 rodava "Tennis for Two". 3) O controle rudimentar. 4) Uma tela do jogo (mostrando a rede e a bola de Tênis).
 
1962 - O ESCOLHIDO
Consta no site do conceituado Massachusetts Institute of Technology (MIT), que o primeiro jogo da história não foi Tennis Programming, e sim Spacewar!, desenvolvido em 1961 por Martin Graetz, Stephen Russell e Wayne Wiitanen, que foram inspirados nos livros de ficção científica do autor (já falecido) E.E. "Doc" Smith.
A primeira versão de Spacewar! rodou em um computador DEC PDP-1 em 1962, e foi programada por Stephen Russell, Peter Samson, Dan Edwards, Martin Graetz, Alan Kotok, Steve Piner e Robert A Saunders, em puro Assembly. 


O DEC PDP-1 custava US$ 120 mil em dólares de 1961, uma verdadeira fortuna. Com esse dinheiro, os
 pesquisadores  tinham à sua disposição 4 KB de memória, cartões perfurados, monitor,  processador de
18 bits e uma caneta ótica, que eram utilizados para fazer cálculos complexos e... jogar Spacewar!.




O objetivo dos programadores, mais uma vez, era chamar a atenção do público, que visitava as instalações do MIT só para ver esta maravilha tecnológica, que foi o primeiro minicomputador a ser fabricado. Como o DEC PDCP-1 era uma peça, digamos, que não empolgava ninguém, eles resolveram fazer o joguinho, utilizando conceitos de física real, como aceleração e gravidade, para estimular os visitantes a ingressar no mundo da informática. Spacewar! foi um sucesso, e todos os pesquisadores do próprio MIT iam dar um pulinho no departamento onde estava o PDP-1 só para experimentar o jogo. 
Muitos historiadores corroboram com a afirmação do MIT, e colocam Stephen Russell como o inventor dos videogames modernos, e Spacewar!, como o primeiro jogo eletrônico já feito. Mas, hoje sabe-se que, na verdade, ele foi o segundo jogo a ser produzido, cabendo o mérito e pioneirismo ao nosso amigo Willy Higinbotham e o seu simples "Tennis Programming". 
Por conta disso, Stephen Russell já não é mais reconhecido como "o escolhido", ou o "inventor dos jogos eletrônicos".  





Spacewar!, já em 1962, continha elementos utilizados em sucessos da década de 70, como Asteroids e PONG. A física, emulada através de complicados algoritmos, era o ponto forte de sua jogabilidade simples e divertida.
Clicando aqui, você poderá jogar Spacewar! através de um emulador em JAVA desenvolvido por estudantes do MIT.



1968 - A PATENTE DO VIDEOGAME
 Ralph Baer, hoje conhecido mundialmente como o pai dos consoles de videogame, nasceu em 1922 na Alemanha Oriental. Sua biografia, como era de se esperar, mostra como o destino uniu-o à causa que o deixou famoso para sempre. Com medo das loucuras de Hitler, fugiu da Alemanha nazista em 1938, indo morar nos Estados Unidos. Mas de nada adiantou, pois os EUA entraram na 2º Guerra no ano seguinte, e ele voltou a Europa para a batalha, trabalhando no serviço de inteligência, de onde saiu com vida. De volta ao mundo livre, e depois de conseguir seu diploma em engenharia eletrônica, Baer trabalhou em várias empresas, mexendo com Radio e TVs e patenteando diversas invenções na sua área. Mas foi como empregado da Sander Associates, em 1966, que ele teve a idéia que colocaria para sempre seu nome nos anais da história. Sua criação? Uma máquina que rodasse jogos eletrônicos através da TV, que custasse barato e pudesse ser utilizada por qualquer pessoa que quisesse se divertir.
Com o auxílio de amigos e colegas na Sanders Associates, surgiu em 1967 um primeiro esboço de sua idéia, o "chasing game", um rudimentar jogo de "Ping Pong", onde 2 quadrados controlados pelo jogador podiam ser movidos pela tela. Satisfeito com a idéia geral do produto, Baer tratou de patenteá-lo e apresentou em 1968 o protótipo do videogame, chamado de "Brown Box", e que rodava jogos de futebol, voleibol e até mesmo de tiro.





O "Brown Box", o primeiro protótipo de um videogame, e a espingarda com celulas fotoelétricas que é a precursora das pistolas dos consoles modernos
Eis o texto oficial da patente do primeiro console de videogame, pedida por Ralph Baer: 
"The present invention pertains to an apparatus [and method], in conjunction with monochrome and color television receivers, for the generation, display, manipulation, and use of symbols or geometric figures upon the screen of the television receivers for the purpose of [training simulation, for] playing games [and for engaging in other activities] by one or more participants. The invention comprises in one embodiment a control unit, an apparatus connecting the control unit to the television receiver and in some applications a television screen overlay mask utilized in conjunction with a standard television receiver. The control unit includes the control, circuitry, switches and other electronic circuitry for the generation, manipulation and control of video signals which are to be displayed on the television screen. The connecting apparatus selectively couples the video signals to the receiver antenna terminals thereby using existing electronic circuits within the receiver to process and display the signals generated by the control unit in a first state of the coupling apparatus and to receive broadcast television signals in a second state of the coupling apparatus. An overlay mask which may be removably attached to the television screen may determine the nature of the game to be played or the training simulated. Control units may be provided for each of the participants. Alternatively, games [training simulations and other activities] may be carried out in conjunction with background and other pictorial information originated in the television receiver by commercial TV, closed-circuit TV or a CATV station."



Se você pensou que o Atari foi o primeiro console de videogame a ser lançado no mercado, está redondamente enganado. O protótipo "Brown Box", inventado e patenteado por Ralph Baer, foi mostrado para grandes empresas americanas de eletrônicos da época, como a RCA, Zenith, General Electric e a Magnavox (braço da Philips holandesa), e foi esta última que tratou de lançar no mercado o primeiro console de videogame da história, conhecido como Odyssey 100. Conheça-o na próxima página.
A História dos Videogames - Parte 2
1972 - NASCE O PRIMEIRO CONSOLE CASEIRO DE VIDEOGAME, O MAGNAVOX ODYSSEY 100
Fruto do protótipo "Brown Box", desenvolvido por Ralph Baer, chega às prateleiras americanas em 1972 o primeiro console de videogame da historia, o Odyssey 100, fabricado pelo subsidiária Magnavox, da Philips holandesa. 





Aqui vemos o Magnavox Odyssey 100, o pioneiro


Visto de cima, com os 2 controles
O Odyssey 100 vinha com placas de circuito impresso externas (que na verdade eram "jumpers" gigantes que mudavam a posição dos 2 quadrados brancos que o console gerava) onde eram gravados os jogos. Inicialmente foram ofertados 12 títulos, a maioria deles de esporte, que podiam ser trocados pelo usuário. Alguns puristas dizem que o Odyssey 100 foi o primeiro console a utilizar o sistema de troca de jogos por cartuchos, mas seu mecanismo era muito rudimentar para fazermos tal afirmação. Os usuários do Odyssey 100 também poderiam utilizar um rifle opcional (semelhante às pistolas que temos hoje no Playstation ou no Dreamcast), para uso com jogos de tiro. 


Aqui temos os famosos jumpers, que permitiam trocar os jogos para o Odyssey 100. Alguns puristas alegam que ele foi o primeiro console programável da história, mas achamos o sistema muito rudimentar para fazer tal afirmação 







Á esquerda, acima, o moderno controle do Odyssey 100. Á direita, dados e cartas que eram utilizados em conjunto com alguns títulos, como a Roleta. Abaixo, o primeiro rifle comercial com células fotoelétricas, derivado do projeto "Brown Box" e precursor das pistolas encontradas hoje nos consoles modernos.  
Folhas de papel para anotar os placares também faziam parte do pacote, já que, naquela época, os chips de memória eram muito caros... Para se ter uma idéia do obsoletismo gráfico do console, vale lembrar que ele não tinha poder suficiente para gerar todos os pontos necessários para dar realismo ao jogo. Por isso, os usuários eram obrigados a colocar cartões plásticos na tela da TV para simular o campo do jogo (em um jogo de tênis por exemplo, colocava-se uma cartão verde para parecer grama). 





Os cartões de plástico, os malfadados overlays, que eram colocados por cima da tela da televisão para dar maior realismo ao jogo. O único que não o utilizava era Table Tennis, que se parecia muito com... Pong?
No ano de lançamento foram vendidos 100.000 Odyssey 100 e 20.000 rifles, mas as vendas foram caindo gradativamente devido ao desinteresse do público pela novidade, ainda muito obsoleta mesmo para os padrões da época. Foi então que entrou em cena Nolan Bushnell, o grande responsável pela mudança de paradigma no mercado de videogames...



1974 - ENTRA EM CENA NOLAN BUSHNELL E O SUCESSO PONG
Willy Higinbotham pode ter sido o pioneiro, Stephen Russell, o notável, e Ralph Baer, o homem que inventou o console caseiro de jogos, mas não podemos negar que a história dos videogames está intimamente ligada a Nolan Bushnell, o homem que popularizou esta forma de entretenimento.  
Bushnell, um jovem estudante de engenharia eletrônica da universidade de Utah, foi exposto em 1962 a Spacewar!, a clássica invenção de seu compatriota do MIT. Bushnell não esqueceu daquele joguinho, e quando formou-se em 1969 já tinha algumas idéias em sua cabeça. Em 1971, já trabalhando como pesquisador na empresa Ampex, desenvolveu, juntamente com um colega de trabalho, uma versão "arcade" de Spacewar!, chamada de Computer Space. Ele criou uma máquina feita sob encomenda para rodar sua criação, que ganhou o status de "o primeiro fliperama da história". O projeto foi vendido a Nutting Associates, e lançado em 1971, um ano antes, portanto, do lançamento do Odyssey 100. Mas devido ao custo proibitivo, foram vendidas apenas 1.500 unidades por todo os EUA...






Eis Computer Space, o primeiro arcade da história. No alto, à direita, seu criador, o jovem Nolan Bushnell, que, na maior cara de pau, copiou o jogo inventado por Stephen Russell em 1962. 
Mas Bushnell não se deu por satisfeito, e em 1972, juntamente com seu amigo Ted Dabney, quis fundar uma firma específica para desenvolver jogos eletrônicos. Mas por azar (ou destino), o estranho nome escolhido "Syzygy" já pertencia a uma construtora. O jeito foi inventar outro nome, e eles escolheram Atari, que era a palavra que um jogador dizia ao encurralar o oponente no obscuro jogo de tabuleiro "GO", de origem japonesa (no Xadrez, por exemplo, estava palavra é a popular "Check"; em português, Cheque Mate). O logotipo do Atari era a representação artística do monte Fujiama. 
Para começar as atividades da companhia, Bushnell criou um joguinho simples chamado PONG - que copiava a jogabilidade de Table Tennis do Odyssey 100 - uma espécie de ping pong eletrônico que foi extremamente bem recebido pelo público. O arcade, lançado em 1972, foi um sucesso entre o público, devido a sua diversão e simplicidade. 





Pong, para arcades, é o segundo fliperama lançado na história, e o jogo responsável pelo surgimento de toda a indústria de videogames. Jogabilidade plagiava a de Table Tennis, do Odyssey 100. 
Com isso, a idéia de criar um sistema caseiro que rodasse o "hit" foi posta em prática, e em 1974, foi apresentada a diversos revendedores o "Home PONG". Inicialmente, os empresários não botaram fé no console de um só jogo, devido ao fracasso comercial do Odyssey 100. Mas, com a ajuda da cadeia de loja Sears, que vendeu 150.000 unidades do produto (customizado), instaurou-se um verdadeira Pong-mania, com o surgimento de dezenas de clones do original. Bushnell ficou rico, e iniciou-se a corrida ao bilionário mercado de consoles caseiros e jogos eletrônicos. 


O console original da Atari e uma versão mais moderna, o Super Pong.
Surgiram dezenas de clones com versões modificadas de PONG por todo o mundo, produzidos por diversos fabricantes entre 1975 e 1979. Apesar das diferenças, todos se baseavam no console original produzido por Nolan Bushnell, o homem que deslanchou a indústria e abriu o apetite capitalista dos fabricantes de eletrônicos da década de 70. 
Mas, o melhor ainda estava por vir... 



















Clones de PONG, por ordem de aparição: Binatone TV Master MK4, Bingo TVG-203, BST, Intel Universal Teleplay, Continental Edison Jv 2701, Markint 4a, SOE Occitel 003, SOE Occitel 5000, Magnavox Odyssey 200, Magnavox Odyssey 2000, Radiola JET T02M, RAdofin Tele-Sports, Scomark 8 Sports Tele, Hanimex TVG8610, Univox e finalmente, o SEB Telescore 750-00.
1976 - SURGE O FAIRCHILD CHANNEL F, O PRIMEIRO CONSOLE PROGRAMÁVEL DA HISTÓRIA
 Eis aqui um ilustre desconhecido de todos nós, o Zircon/Fairchild Channel F. Seu nome aparece nesta matéria devido a uma novidade que mudou para sempre a indústria gamística: foi o primeiro console "programável", onde o usuário poderia trocar os jogos que eram acondicionados em cartuchos. Não era mais necessário fazer operações complicadas para mudar o jogo; você poderia comprá-los nas lojas, quando quisesse. O engraçado é que os cartuchos vinham numerados - já que a Fairchild era a única fabricante de jogos - para não confundir o consumidor. Desta forma, o usuário economizaria no hardware, e gastaria mais no software, teoria que ainda hoje é a base da indústria de videogames. O Channel F vinha com uma biblioteca de jogos diversificada, que continha desde conversões de clássicos dos arcades, como Computer Space e Space Invaders (lançado mais tarde), títulos de esporte (Hockey e Tennis) até versões digitais de jogos de tabuleiro e cartas como Forca, Gamão, Jogo da Velha e Poker.






É engraçado, mas naquela época os cartuchos do Fairchild Channel F vinham numerados, para não confundir os consumidores na hora da compra. Afinal de contas, era o primeiro console programável da história!
Pela qualidade ruim e simplicidade extrema dos seus apenas 26 jogos lançados, o Zircon/Fairchild Channel F não foi bem sucedido e teve vida curta; e hoje em dia, embeleza os museus de aparelhos eletrônicos espalhados pelo mundo

Uau! Estes eram alguns dos complexos jogos do Fairchild Channel F: 1) Shooting Galery
(no qual se inspirou Combat do Atari 2600?). 2) Tic Tac Toe (Jogo da Velha). 3) Desert Fox.
4) Spitfire (também inspiração para Combat?). 5) Math Quiz 1(contas de adição e subtração).

6) E Doodle/Quadradoodle, onde você fazia belíssimos desenhos na tela, enquanto se divertia!
1977 - A RCA LANÇA O STUDIO II
A RCA também queria pegar uma fatia do promissor mercado de consoles (afinal de contas, ela perdeu o bonde da história ao recusar o projeto "Brown Box" de Ralph Baer, que iria se transformar no Odyssey 100), e lançou no início de 1977 o Studio II, um console "programável" como o Channel F. O Studio II tinha quatro jogos embutidos em sua memória principal, além dos jogos extra em cartuchos. A grande novidade era um teclado numérico disposto no console, em substituição aos "paddles" (controles em formato de roda) onipresentes na época. 

Esse é o Studio II em carne e osso. Notem o teclado numérico que
substituía os "paddles" (controles em formato de roda) existentes na época.
Os gráficos gerados pelo Studio II ainda eram em preto e branco e não tinham muita resolução, e foram mais um motivo para não cair no gosto dos consumidores da época. Não precisamos nem dizer que a RCA fracassou com esta tentativa. O Studio II marcou o fim da primeira geração de consoles caseiros, e hoje é um bem raro de se encontrar



Eis alguns jogos do Studio II, que ainda eram em preto e branco. 1) Tennis/Squash. 2) Speedway and Tag. 3) Space War, que só pega o nome emprestado do clássico de Stephen Russell. 4) Adding, para fazer contas. 5) Freeway, uma corridinha básica. 6) Doodle, para desenhos na tela. 7) Bowling, onde os pinos do Boliche eram belos quadrados. 8) Combat, do Atari, em conversão feita para o Studio II na década de 90 pelo fanático Paul Robson. Foi também em 1977 que o Brasil teve o primeiro contato com um console de videogame. A fabricante nacional Philco viu uma oportunidade de sair na frente da concorrência, e lançou o console Tele-jogo em solo tupiniquim. Na primeira versão comercializada no Brasil, era possível jogar futebol, tênis e paredão. Um bom tempo depois, veio o Tele-jogo 10, que, como o próprio nome dizia, possuía 10 jogos gravados na memória, que eram selecionados através de um botão no console. 
O Tele-jogo e seus diversos clones fizeram algum sucesso no início de sua comercialização, mas logo depois caíram no esquecimento pelos brasileiros. O fato de que o aparelho danificava as televisões da época (quando ligado por várias horas seguidas) e a baixa resolução gráfica foram fatores que contribuíram para sua decadência. 
O Tele-jogo era uma variante do "PONG", baseado no chip AY-3-8515 da General Instruments, que já tinha 6 jogos armazenados na memória. A diferença é que o Tele-Jogo utilizava apenas 3 jogos contidos no chip.NOVEMBRO DE 1977 - INICIA-SE A IDADE DE OURO DOS VIDEOGAMES COM O ATARI VIDEO COMPUTER SYSTEM
1976: a gigante Warner Communications compra a Atari (fundada por Nolan Bushnell) de olho no promissor mercado de entretenimento. No final do ano seguinte é lançado o Atari VCS (Video Computer System), videogame que catapultou a indústria gamística, e que logo se transformou em um dos ícones culturais da década. Seus 128 bytes de memória e 1.19 Mhz de velocidade do processador e da placa de vídeo, marcavam uma nova geração nos consoles domésticos. 

Eis o velho e saudoso Atari VCS. Na foto, vemos o clássico
console na versão lançada no mercado norte americano.

Com o "know how" adquirido com o Home Pong, Nolan Bushnell (presidente da Atari) encantou o mercado norte americano com as "excelentes" conversões de jogos de arcades. Desde então, o conceito de cartuchos, introduzido pelo console Channel F, nunca mais foi abandonado pela indústria gamística.


As melhores softhouses da atualidade tiveram sua porta de entrada ao mercado doméstico através do Atari 2600.
Nas fotos acima, vemos 3 cartuchos produzidos pela Sega e alguns clássicos feitos pela Konami








Embora as conversões ficassem muito aquém da qualidade dos arcades, elas é que fizeram a fama  do Atari 2600 no mercado americano.  Nas fotos vemos: 1) Defender, de Jeff Minter. 2) Ms. Pac Man,  licenciado da Namco. 3) Moon Patrol, da Irem. 4) Mario Bros!, quem diria, da Nintendo. 5) Zaxxon, a medíocre conversão
do sofisticado arcade em 3D. 6) Space Invaders, o clássico jogo de tiro de 1979. 
Mas, ao contrário do que todos pensam, o Atari VCS (que mudou o seu nome para Atari 2600 logo depois do lançamento) não obteve vendas satisfatórias no início de sua carreira, causando um sério atrito entre o presidente da Warner e Bushnell, que abandonou a companhia. Os executivos da Warner, alarmados com o iminente fracasso comercial da nova plataforma, "forçaram" fabricantes de periféricos e softhouses (entre elas a própria Atari) a inundarem o mercado com centenas de novos jogos e acessórios para o console. 
A estratégia deu certo inicialmente, e a partir do início da década de 80, as vendas atingiram níveis estratosféricos para a época. Iniciou-se uma nova onda de clones do Atari 2600, inclusive com a inclusão de módulos em outros consoles para rodar seus ótimos jogos, e pela primeira vez na história, jogos pornôs.


Dois momentos nostálgicos da década de 80: 1) Adventure, o precursor dos jogos de aventura
modernos. 2) Keystone Kapers, conhecido no Brasil como "Ladrão de Supermercado". 


1) Um dos primeiros jogos desenvolvidos para o console, Combat, já na década de 70, encantava os
 jogadores devido à jogatina multiplayer, com tanques ou aviões. 2) Montezuma's Revenge, uma aventura
de alto nível que, para muitos, era o melhor jogo do Atari 2600. 




1) River Raid, produzido pela Activision, era um dos melhores jogos do Atari 2600, e a prova viva de
que boa jogabilidade podia ser conseguida mesmo com os escassos recursos gráficos do console.
2) Hero, lançado em 1984, no ano do crash dos videogames, foi o último grande jogo a sair para o console.


E o que dizer dos clássicos de corrida, Enduro e Pole Position? Eles eram objeto de cobiça da garotada, apesar de sua jogabilidade não ser lá essas coisas...




Os jogos de ação/aventura também começaram a ficar extremamente populares. Dois bons exemplos
eram Pitfall (o primeiro jogo com "scroll" lateral de tela) e o concorrente direto Jungle Hunt.
Mas, a superpopulação de jogos medíocres disponíveis para o console confundiu a cabeça do consumidor, que não sabia mais o que comprar, e acabou desistindo de adquirir novos títulos. Desde então, a popularidade do Atari 2600 foi despencando como jacas maduras. O tiro tinha saído pela culatra.  






Exemplos de jogos medíocres, que ajudaram a afundar a reputação do Atari 2600: 1) Atlantis, bonitinho, mas enjoativo pacas. 2) O difícil Raiders of the Lost Ark, baseado no filme Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida. 3) Outer Space, o jogo!  4) Adventures of Tron, baseado também no filme homônimo. 5) O intragável e "feliz" Bobby is going home. 6) Revenge of Beefsteak Tomatoes, um jogo de tiro "em todas as direções". 
A Atari ainda tentou lançar periféricos revolucionários para contornar a situação, mas o mercado já demonstrava sinais de fraqueza. Sete anos depois de lançado, o Atari 2600 naufragou, e levou todo o mercado de consoles juntamente com ele. Esse episódio histórico ficou conhecido como o crash dos videogames de 1984

Eis aqui algo raríssimo, o "Mind Link". Este acessório, que
nunca chegou a ser lançado, prometia coisas de filmes de
ficção científica. Com ele, o jogador poderia controlar as
ações do jogo usando apenas sua mente! Não precisa nem
dizer que o "Mind Link" fracassou porque não cumpria o
prometido...

Um dos acessórios que prometia aumentar a popularidade
do Atari 2600 era o "My First Computer", que transformaria o
console em um poderoso computador pessoal. Tarde demais,
lançado apenas em 1983, o acessório sofreu concorrência
predatória dos PC's mais modernos.
Em crise, a Warner vendeu a divisão de consoles e computadores da Atari para a familia Tramiel em 1984, que passou a deter os direitos sobre a marca e fundou a Atari Corp. A empresa ainda tentou voltar a ativa nos anos seguintes com novos consoles e computadores, sem sucesso. Em 1996, a Atari Corp. foi comprada pela fabricante de HDs JTS, que pediu concordata em 1998 e vendeu a empresa  (por meros US$ 5 milhões) para a HIACXI Corp., divisão da Hasbro Interactive, que ficou sendo a dona das propriedades intelectuais da Atari. 
Entretanto, só em 1996 é que o grupo Time Warner vendeu a divisão Atari Games (responsável por jogos de arcades, como Gauntlet Legends e Rush the Rock) para a WMS Industries, dona da Midway games (produtora de Mortal Kombat). Algumas conversões destes jogos para formatos caseiros ainda apareciam com o logotipo Atari, mas em 2000, a empresa resolveu mudar o nome desta divisão para Midway Games West, e o nome Atari Games foi enterrado definitivamente.
E finalmente, em Dezembro de 2000, a Infogrames comprou a Hasbro Interactive, e hoje em dia é a dona da maioria dos clássicos que levaram o nome da companhia nas décadas de 70 e 80, e tem o direito a utilizar o nome e o logotipo da Atari. 


* Com o sucesso do Atari 2600, pela primeira vez no mercado americano, as empresas de videogames começavam a veicular anúncios em massa, mostrando seus jogos para a população, inclusive, com o auxílio de famosos. Abaixo, separamos uma série de comerciais (muitos dos quais, hilários) mostrando jogos da I-Magic, Activision e da própria Atari. Todos tem menos de 1 MB, no formato .MOV. É um download que vale a pena!




Atari - Vários jogos para o 2600 Atari - Real Sports Baseball


Activision - Chopper Command I-Magic - Demon Attack


Atari - Real Sports Hockey Activision - Pitfall


Atari - Vanguard Activision - Megamania
http://outerspace.terra.com.br/retrospace/materias/consoles/historiadosconsoles6.htm

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